A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou a operação “Praia Limpa” para combater um esquema criminoso que vinha lesando turistas nas praias da Zona Sul da capital, principalmente em Ipanema e Copacabana. Os golpistas se passavam por ambulantes e aplicavam fraudes por meio de maquininhas de cartão adulteradas, cobrando valores absurdos por produtos simples — como caipirinhas, garrafas d’água e biscoitos — sem que os visitantes percebessem.

Em um dos casos mais chocantes, uma única caipirinha foi cobrada por R$ 20 mil. Também foram registrados pagamentos de R$ 22 mil por uma água mineral e de R$ 3 mil por um biscoito Globo. Os criminosos se aproveitavam da distração dos turistas e da baixa nitidez nas telas das maquininhas, propositalmente arranhadas ou foscas, o que dificultava a conferência do valor digitado antes da confirmação da transação.

A investigação, conduzida pela Delegacia Especial de Atendimento ao Turismo (DEAT), revelou que os suspeitos operavam em grupos organizados, oferecendo bebidas e produtos de forma insistente. Após o pagamento, os valores eram rapidamente desviados para contas ligadas a outras atividades ilícitas, incluindo tráfico de drogas e contrabando de cigarros eletrônicos. Em muitos casos, os turistas só descobriam o prejuízo horas depois, ao consultarem o extrato bancário.

Na primeira fase da operação, realizada no dia 18 de junho, 13 suspeitos foram detidos em Ipanema. Na segunda etapa, no dia 27, outros cinco foram presos em Copacabana. Apesar das prisões, boa parte dos detidos foi liberada após identificação, e as investigações continuam para identificar os articuladores do esquema e rastrear o destino final do dinheiro.

As autoridades reforçam o alerta aos turistas para que redobrem a atenção ao realizar pagamentos com cartão, evitando máquinas com telas danificadas ou ilegíveis. A recomendação é priorizar o uso de dinheiro em espécie e recorrer apenas a ambulantes devidamente identificados ou quiosques fixos. A DEAT também orienta que qualquer cobrança abusiva ou suspeita seja denunciada imediatamente.

A operação conta com o apoio de batalhões locais e o uso de drones e câmeras para o monitoramento das praias, numa tentativa de devolver a sensação de segurança aos visitantes e coibir práticas que prejudicam o turismo na cidade. A polícia segue investigando e promete novas ações nos próximos dias.