Rafael Tavares, um dos suspeitos da morte do motorista por aplicativo Márcio Vieira Rocha, de 38 anos, contou que a vítima, enquanto estava sendo assassinada a golpes de faca, implorou pela vida e disse que era evangélico.
Rafael, preso nesta sexta-feira (22), ainda afirmou que o latrocínio foi cometido junto a um amigo, identificado apenas como Bruno, que está foragido. O interrogatório foi conduzido pelo delegado da Polícia Civil (PC) Thiago Prado.
No início, Rafael relatou que não conhecia a vítima e que solicitou a corrida em seu próprio aplicativo, no bairro Village Campestre.
“Eu chamei pelo meu aplicativo mesmo, por volta das 3h da quarta-feira (20). Embarcamos no carro em seguida. Ele (Bruno) foi no banco da frente e eu no banco de trás. Foi aí que rendemos ele [Márcio], no Village, logo depois que embarcamos. Ele [Bruno] amarrou as mãos, os pés, colocou no banco de trás e logo pegou a faca”, narrou o preso.
Também no interrogatório, Rafael contou que foi quem dirigiu o carro da vítima, um Onix preto. “Eu fui para o banco do motorista, onde comecei a dirigir. Bruno já começou a torturar logo o cara, para ele [Márcio] desbloquear a senha, mandar Pix, dizer onde tinha dinheiro”, continuou.
O suspeito informou que um Pix, no valor de R$ 90, foi enviado para sua conta bancária e que Bruno ficou com os pertences da vítima, como celular, relógio e corrente.
Rafael continuou relatando que ele e o comparsa ficaram "rodando" pela cidade, circulando entre Maceió e Rio Largo, enquanto a vítima era "torturada" por Bruno, para que passasse as senhas e efetuasse o Pix. Logo depois, os dois foram até o canavial no Bendito Bentes, onde o crime foi consumado e a vítima falou que era evangélica para não ser morta.
“Ele [vítima] pediu para não ser morto. E eu disse, no banco da frente, que ele não ia morrer, que nós só queríamos dinheiro e pertences. Só que o Bruno estava muito ‘afoito’, querendo fazer alguma coisa com o Márcio. Foi ele quem fez”, confessou o suspeito, que completou: "Bruno o puxou pelo pescoço e começou a dar facadas, dizendo: 'Você vai morrer'. Bruno estava drogado e eu estava tranquilo”.
“Ele [vítima] começou a gritar que era evangélico”, acrescentou, falando da vítima.
No interrogatório, Rafael reforçou também que não tem participação na morte e que só ajudou Bruno a render o motorista por aplicativo, sem ter amarrado a vítima. “A intenção era roubar e não fazer isso [crime]. Eu não tenho essa crueldade”.