A Polícia Civil divulgou que um hospital oftalmológico em Goiânia está sendo investigado por manipular a lista de espera para transplantes de córneas.
Um médico, com R$ 3 milhões de bens bloqueados, é apontado como líder do esquema. Segundo a delegada Débora Melo, enquanto alguns pacientes esperam cerca de dois anos e meio, outros conseguiram o transplante em apenas 10 dias.
O médico operava em uma unidade no Setor Marista, favorecendo pacientes que não estavam na fila oficial. Ele supostamente recebia cerca de R$ 15 mil para alterar a ordem dos procedimentos. Essas ações contrariam as normas de saúde pública e o Código de Defesa do Consumidor.
A investigação também revela possíveis irregularidades na captação e no transplante dos tecidos oculares. A polícia quer saber se os pacientes sabiam das fraudes ou se foram apenas vítimas. O médico não foi preso, mas teve sua licença médica suspensa.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) comunicou que todas as denúncias recebidas são rigorosamente investigadas em sigilo, conforme o Código de Processo Ético-Profissional Médico.
Sobre o médico envolvido, o Cremego confirmou que respeitará a decisão judicial que suspendeu seu registro profissional.
Com apoio da Gerência de Ações Estratégicas da Secretaria de Estado da Saúde (SES), a Polícia Civil realizou buscas no hospital nesta quarta-feira (13). O objetivo é verificar se há documentos que comprovem as acusações de fraude.
A SES também disponibilizou informações sobre os transplantes e as listas de espera, ajudando os investigadores a identificar possíveis beneficiados pelo esquema.
Caso as fraudes sejam confirmadas, os envolvidos poderão ser processados por fraude, estelionato e violação do Código de Defesa do Consumidor.