Jefferson Marcos Timóteo da Silva, o homem acusado de matar a própria esposa, Carla Janiere da Silva Barros, dentro de uma loja recém-inaugurada do casal no município de Murici, Zona da Mata de Alagoas, foi condenado a 16 anos e 10 meses de prisão em regime fechado, depois de júri popular realizado nessa quinta-feira (20). O feminicídio aconteceu em novembro de 2023.

O julgamento, que durou aproximadamente 12 horas, teve início às 10h e contou com a presença de 10 testemunhas, sendo cinco de acusação e cinco de defesa. Elas prestaram depoimento entre a manhã e a tarde, enquanto o assassino confesso, Jefferson Timóteo, sentou na cadeira dos réus para dar a versão dele por volta das 15h.

Apesar da confissão, a defesa de Jefferson argumentou que ele agiu contra a companheira para se defender. Já os promotores de Justiça questionaram, por diversas vezes, a justificativa do assassino por ele estar armado no dia da morte de Janiere.

A juíza responsável pelo caso, Paula de Goes Brito Pontes, da Vara do único Ofício de Murici, citou que crimes a exemplo do feminicídio praticado por Jefferson, que são dolosos contra a vida, competem ao Tribunal Popular do Júri. Por volta das 21h30, a magistrada leu a sentença baseada no voto de sete jurados, e o homem foi condenado pelo crime.

O crime

Carla Janiere foi executada a tiros dentro de uma loja recém-inaugurada pelo casal, em novembro de 2023, no município de Murici. Todos os disparos atingiram a vítima na região da cabeça. Antes de ser assassinada, Carla havia tido uma grave discussão com Jefferson e a briga foi filmada por uma funcionária. Na briga, Jefferson aparece bastante nervoso e agressivo e acaba quebrando o balcão da loja de Carla.

No mesmo dia em que foi morta, Carla também chegou a enviar uma mensagem para a funcionária, identificada como Débora, dizendo que estava com medo da reação agressiva do marido. Na conversa, a empresária pediu para que Débora relatasse aos familiares o ocorrido. Após cometer o crime, Jeferson se escondeu no interior da loja e se fingiu de morto para tentar enganar os policiais, mas a farsa foi descoberta e ele acabou preso.

Jeferson Marcos Timóteo, que está preso desde o dia do crime, já foi denunciado pelo Ministério Público de Alagoas por feminicídio.